AGUCE


O que é o AGUCE?

Não sabemos se um dia conseguiremos explicar.
Um misto de filosofias?
Uma fuga do Pragmatismo?
Sonhos de jovens idealistas?
Uma experiência transcedental em busca de luz?
Uma experiência anárquica?
Uma misantropia sensível?
A negação ao Ser valorizando a Ideia?

Depende de cada um, depende do momento, qualquer um o vê como o espera, contanto que seja um escape às futilidades do cotidiano, da rotina, do status quo. Abandone o Pragmatismo, o Pragmatismo representando a promiscuidade da vida, a limitação de todos, a hipocrisia de nossas relações sociais.

Com este blog pretendemos refletir, simplesmente uma reflexão sobre tudo ou quase tudo e convidar quem quiser a se juntar à nós. Um lugar para você externalizar tudo, exteriorize tudo que está em sua cabeça, utilize este blog como Zeus utilizou Hefesto. Escreva de tudo, de uma receita de bolo à uma resenha musical, passando por poemas e teorias. E o mais importante: Não importa quem você É, importa o que você SENTE, não precisamos botar o Ser na frente do Ter, precisamos abandonar os dois. Se abandone, não importa sua pessoa, sua identidade, seu SER, somente importa suas emoções, seus sentimentos, sua IDEIA.
Aqui não existe qualidade, existe criatividade e sensibilidade
. Todos podem escrever, basta mandar sua IDEIA para nosso e-mail e a publicaremos, e à escritores assíduos daremos a senha. culturaaguce@hotmail.com
Um grande movimento contra o Pragmatismo.
Junte-se a nós.

Abandone o Pragmatismo!
A vida é realmente mais do que somente isso!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Escola, uma paródia de si mesma.

ESCOLA, UMA PARÓDIA DE SI MESMA
UMA BREVE CRÍTICA À INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL


A última coisa que ouvi naquele dia foi o “boa-noite” de minha mãe, seguido por certas considerações de como seria meu futuro e como eu iria “ser um nada na vida” se não dormisse logo. Havia certas coisas que ainda queria fazer, mas não pude porque já eram dez horas.
Outro dia veio, meu olho está embaçado, apenas sei que estou em um carro, nem lembro como fui parar lá. Olho no relógio e são sete da manhã, há pouco o sol acordou e já me sinto seguindo ele. Vou para a escola, para o leste enquanto o sol ainda está acordando e volto ao oeste, minha casa, desta vez chego um pouco antes dele.
Já estou em sala, sentado, me sinto um zumbi, andei até minha sala sem pensar, como um autômato que repete suas ações todos os dias, 200 dias por ano. A minha frente há um homem falando coisas ininteligíveis, captei algum “x” ou “y” e juro que ouvi algo sobre uma fração de algo que todos estavam comentando.
Passaram-se 50 minutos, os “xizes” e as frações sumiram. Agora, estávamos ouvindo sobre a importância do meio tecno-científico informacional do pólo tecnológico de Massachusetts. Pensei que era um trava-língua ou algo do tipo, algumas horas depois descobri que seria uma das expressões mais simples que iria ouvir no dia.
Mais outros 50 minutos, estes que eram um “tempo” de aula e agora era vez de Kepler, agora sim, que estava em estado de prestar atenção em algo, descobri que a força centrípeta media a velocidade tangencial através da fórmula que dizia que esse valor viria através do produto da massa de um corpo pelo quadrado de sua velocidade e a divisão disto tudo por dois. Mentira. Não sei nada disso, meu caderno está aqui ao meu lado e copiei tudo isso dele. A única coisa que se passa na minha cabeça é o recreio que se aproxima a cada segundo, o jogo de futebol ao qual eu iria entrar e a liberdade de ir e vir que me seria concedida.
Já faz três horas que estou aqui e agora é a vez do inglês, ou é melhor “it’s time for the English” porque com uma turma de 30 alunos onde 25 fazem aula em algum curso especializado esse é mais ou menos o número de palavras que a professora é capaz de falar antes de ser interpelada por bolas de papel, pedaços de giz e gritos nada relacionados à aula.
Mais um tempo de nada, mas este próximo prometia ser melhor (e até seria, se alguém me explicasse qual é a mensagem do RNA mensageiro). Após uma hora de árdua investigação, descobri algo sobre os nucleotídeos, que estavam relacionados ao ácido ribonucléico, que, às vezes, tinha o prefixo desoxi inserido em seu nome (mas isso é mistério para outro dia).
Depois da Biologia, finalmente chegou o tempo de Educação Física. Ó Deus são e sábio, Deus que traz a alegria e suporta a euforia causada por ela. Deus que se preocupa até com os menos dotados de saber e inteligência. Ó Deus que é capaz de criar felicidade mesmo a partir da imposição e de fazer animação de onde havia apenas tédio. Rogamo-vos preces para que não nos abandoneis e para que, enquanto houver catorze assuntos diferentes para se escrever no quadro-negro, ainda assim exista mesmo que um único tempo onde aprender seja algo gratificante e extasiante – um tempo onde a correria irracional e animalesca de jovens despreocupados possa ser mais interessante que um debate protagonizado por Sócrates ou Aristóteles. Estes são meus pensamentos nos dois minutos entre a sala e a quadra. Mas eis que ouço o professor dizer:
- Gente, se arrumem em grupos de cinco. Hoje aprenderemos as regras básicas do basquete!
Melhor não dizer o que eu penso de Deus neste momento, pois me parece inadequado para um trabalho escolar (e veja: novamente a escola limita minha liberdade de expressão!), mas talvez tais pensamentos não se ajustem nem a uma conversa de bêbados num boteco qualquer. Já assistimos a muita baixaria no Horário Político.
Enfim, chega o almoço, horário sagrado! Uma hora inteira de liberdade para comer e conversar sem reprimendas. Pena que essa hora passe tão mais rápido que os meros cinquenta minutos de aula.
Após o almoço, voltamos para assistir à aula da tarde (famosa aula da tarde), que tem até um nome diferente. As pessoas não voltam para assistir à aula – elas voltam para assistir à aula da tarde.
Como sempre, começamos com História: II Reinado, Guerra de Paraguai, D. Pedro, liberais, conservadores, luzias, saquaremas e muito mais. Pena que durou tão pouco, era a única aula na qual eu não me sentia um alienígena alheio a tudo o que era dito à minha volta, pelo menos sabia que estava no país certo.
Houve mais três “tempos” de aula, dos quais não me recordo mais, mesmo porque nestes, a única coisa que eu tentava entender era o sentido de tudo aquilo.
Por que pessoas velhas acham que podem criar leis para ensinar os novos? Por que uma pessoa tem que estudar tanto para fazer uma prova e com isso ganhar o direito de aprender coisas que só tem relação com duas ou três das quinze matérias impostas? Por que o ensino é tão padronizado tornando-se desinteressante para o aluno? Por que os mais inteligentes nunca são estimulados a usar esta capacidade?
Estas e mais perguntas sobre a paródia que a instituição escolar é de si mesma ainda não foram respondidas. Mas como seriam? Os velhos que criam as regras não são mais sujeitos a elas, por que eles iriam se importar? Sentados em suas cadeiras, já caducos. Provavelmente nem se lembram do dia em que suas cadeiras acolchoadas eram carteiras de metal e madeira, em vez de uma porta à sua frente havia um quadro com códigos indecifráveis e nenhuma secretária lhes oferecia café, mas sim uma mulher os mandava calar boca, olhar para frente e prestar atenção na aula, pois sem isso ele não seria nada na vida. Falavam-lhe que estavam apenas querendo garantir o seu futuro. Que futuro.

Vale ressaltar que não tenho mais a mínima idéia do que é um predicado verbo-nominal ou como dizer a função sintática de uma palavra. Não me lembro quais são os tipos de sujeito e nem como se forma um advérbio, espero que isso não tenha estragado este texto e nem destruído minhas possibilidades de futuro.

3 comentários:

  1. É ótimo que vocês pensem sobre tudo isso, mas pensar não é o suficiente, é preciso agir. Se você não começar a prestar ateçaã na aula, entrar para uma boa faculdade e se enserir de algum modo na política, você não vai ter poder para agir. É triste, mas é a verdade do mundo em que você vive. Eu já entendi que vocês todos concordam sobre a relatividade da verdade, mas se você não vai viver a verdade que conhece pelo seus sentidos limitados, não adianta nem levantar da cama...

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  2. eta portugues errado, desculpas...

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